quarta-feira, 8 de junho de 2011

A ode ao profissional bombril: o marqueteiro multiuso

Você realmente precisa de um especialista em Mídias sociais? Essa foi a pergunta que encontrei em um debate no Linkedin semana passada. O autor da pergunta a respondia da seguinte maneira: Não, porque marketing é marketing e um bom profissional tem por obrigação saber todas as suas especificidades. Logo não há necessidade de se ter alguem especialista em marketing digital ou mídias sociais nas empresas!
Definitivamente muito simplista! O debate está sendo muito interessante, mas já deu para perceber claramente dois fatores marcantes da mentalidade atual:
  1. Muitos empresários, empresas e até comunicólogos ainda não entenderam o que é, para que serve, qual a importância e força das mídias sociais no Brasil e no mundo;
  2. Ainda existe no Brasil a ideologia da economia de pessoal, ou seja, a ode ao profissional bombril (1001 utilidades).
Mas, é vantagem sobrecarregar o profissional do marketing com múltiplas funções e nenhuma ajuda? Entendo perfeitamente que muitas vezes, dependendo do tamanho da empresa, ter um comunicólogo já é grande coisa, quanto mais uma equipe inteira de marketing*. Porém, em empresas de médio e grande porte tal economia de pessoal pode representar o risco de perda de competitividade, atraso ante as concorrentes e problemas de relacionamento com os diversos públicos da empresa. Ou seja, prejuízo financeiro, de reputação e marca maiores do que o valor que seria investido anualmente na contratação de comunicólogos especialistas nas diversas áreas do marketing em que a empresa deve estar inserida para sobreviver e avançar no mercado hoje.
Um profissional sobrecarregado não terá tempo de analisar as melhores abordagens, estratégias, métricas de todos os processos pelo qual é responsável. Ele sabe um pouco de tudo e nada do todo. Dessa forma, um lado sempre será abandonado ou subestimado pelo simples fato de que não há tempo suficiente para um único ser humano cuidar de todas essas funções durante seu horário de trabalho. Logo, tal economia nada mais é do que uma economia besta e anti-produtiva.
Ao contratar especialistas (em MS, Relacionamento, Mkt digital, e demais sub áreas), o empresário está investindo no crescimento do seu negócio e da competitividade da sua empresa. Esse investimento dá retorno visível e satisfatório em pouco tempo. Mas isso já é assunto para outro post.
* Marketing entendido como:
 

11 comentários:

  1. Boa tarde Christina, gostei muito do seu post. Tomei a liberdade de coloca-lo no meu blog, espero que não tenha problemas para você, :) :D
    Parabéns!
    Abraços
    http://espacoecommerce.blogspot.com/

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  2. Não existe vantagens, acontece que os proprietários de agências acreditam num ganho de capital por ter contratado um funcionário multiuso que vai fazer quase tudo por um salário quase nada para tudo que ele faz no cargo Multiuso. entende?

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  3. Eu entendo, mas discordo dessa prática. Como citei no texto, esse tipo de economia besta é muito prejudicial para a própria empresa, que acaba ficando defasada perante às concorrentes por inúmeros motivos. Isso sem contar o risco de um processo trabalhista...

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  4. Ótimo que discorda, Porque na maioria das vezes o "marqueteiro multiuso" mesmo contente com o salário e com os seu trabalho, não é capaz de se dar conta que fazendo tudo não consegue se dedicar plenamente a nada, estará sempre deixando uma lacuna. Hoje a palavra de ordem é especialidade, não concordo muito quando a especialidade passa a ser restritiva amarrando o profissional como já vi acontecer. Acredito no trabalho de equipe, isso sim, cada um faz a sua parte em prol daquilo que será o produto final, mesmo porque quando se trabalha em conjunto obtem-se melhores resultados.

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  5. bom, a empresa acha que está ganhando ao ter que contratar menos gente, mas está perdendo em qualidade, pois quem faz tudo geralmente não faz nada direito.

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  6. O pior é que tem profissional que aceita trabalhar assim permanentemente. Começa como um quebra-galho até contratar alguém para a posição e vai ficando... triste

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  7. Fica famoso o McGuiver por habilidades tipo Bom Bril.
    Ao mesmo tempo sofre boicotes frequentes, desmerece reconhecimento profissional em detrimento ao volume de resultados obtidos.
    Perde a essencia de sua habilidade original, que fica mascarada pelas outras secundárias.
    No computo final nunca termina com nota 10,em suas avaliações.

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  8. Os "Rh"s e seus "Gurus" tão meteóricos quanto efêmeros vivem criando novos termos, neologismos, hibridismos numa busca incessante e frustante para manter a dianteira...o front... a vanguarda... Criando falsas ideias.. manipulando pessoas.. desejosos em ditar comportamentos... Temos que ter em mente hoje e sempre que: multiprofissional, multiuso, hiperdinamico, multifacetado, profissional que atua em varias frentes, todos esses nomes, disfaçados em falsos elogios, sempre ESTIVERAM, ESTÃO e sempre Estarão na mão inversa da sua, da minha e da qualidade de vida da sociedade. Se realmente voce se preocupa com a sua Qualidade de vida pessoal, com a sua qualidade de vida profissional e estiver infelizmente posicionado em uma empresa que tenha essa visao medíocre do trabalhador independente se ele ocupa um cargo executivo ou operacional, Dê Adeus a ela o mais breve possível e busque melhores opções. Isso é um Direito Seu! Inalienavel! Instransferivel! Voce é o unico resposavel direto pela sua Vida e Felicidade!

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  9. Pois é, José! Não é tão difícil entender isso, não é mesmo? Mas as empresas continuam insistindo nessa prática, e alguns profissionais continuam aceitando... todos saem perdendo nessas situações!

    Marcos, concordo plenamente com você! Bravo!

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  10. Analisando o assunto (Bombril) pelas empresas que passei, sejam quais queres os cargos, vejo as seguintes posturas:
    A) Os empresários são sobrecarregados de impostos trabalhistas e nenhum incentivo real;
    B) Os empregadores enxergam funcionários como máquinas;
    C) Se um é Bombril, todos os outros serão também;
    D) Se alguém é contratado para uma vaga, seja ela para ocupar um cargo novo ou uma lacuna, é porque a empresa já está na linha abusiva de sobrecarga faz tempo. Portanto o novo profissional vai ter que entrar para o time existente e sobrecarregado, sob pressão;
    E) Novos profissionais dentro das estruturas já constituídas, não significam novos horizontes a serem atingidos ou novas propostas e visões, a curto prazo. O profissional terá que se moldar primeiro as regras e costumes da casa, para depois ver uma aberturinha futura e incerta;
    F) Se tornar multiuso, é tradicional no nosso mercado, pois temos três meses (em geral) para sermos "aceitos", e neste período, os esforços espontâneos são sempre maiores que os normais da casa, é o momento que se envolve com tudo (para garantir a aprovação), é o momento que o empresário coloca/deixa a corda em volta do pescoço dos pretendentes “esforçados” ao cargo;
    G) É sempre lucrativo pagar um profissional do que 3 ou 4;
    H) Há sempre muitos substitutos interessados na mesma vaga (internos e externos), e por menores preços (aquela máxima de que "ninguém é insubstituível", não funciona pra quem enxerga fatores financeiros-fiscais-gráficos-lucro somente - infelizmente, geralmente são os contratadores que sempre insinuam que há 100 interessados pela sua vaga pela metade dos seus serviços);

    Bem eu acho que poderia ir até o item "ZZ". Concordando ou não com as regras reais do mercado. Alguns vão dizer que não se deve generalizar. Eu “já” estou generalizando, porque na minha estatística de vivência, assisti 10:1. Portanto eu posso plenamente exercer meu pleno direito a generalização, não vejo inversão de fatos que comprovem o contrario, pois o tópico proposto pela colega é exatamente fato consumado e publico (a décadas).

    Sucesso amigos “Bombril”!

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  11. Oi Mark. Não acho que está generalizando, mas discordo de algumas afirmações. Os empresários podem até achar que tais práticas são vantajosas financeiramente por conta de impostos trabalhistas e outros encargos, mas na realidade não são. Sobrecarregar um funcionário com o trabalho de 3 ou 4 dá margem para que ele não realize todas as tarefas satisfatoriamete. Ele ira dedicar mais tempo e atenção a umas e esquecer ou enrolar as outras. Literalmente ele vai "empurrando com a barriga" até a situação ficar insuportável ou estourar uma crise devido a essas negligências. No final das contas, essa "economia" de pessoal acaba ficando mais cara do que investir em novas contratações. E a palavra é essa mesmo: INVESTIR - que gera retorno, bons frutos, crescimento para a empresa.

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